quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Grão-mestre da Ordem de Malta renuncia ao cargo

Por Edward Pentin, National Catholic Register, 24 de janeiro de 2017 | Tradução: FratresInUnum.com: O grão-mestre dos Cavaleiros de Malta renunciou após uma disputa entre a Ordem e a Santa Sé, confirmou o porta-voz da antiga organização.
Segundo o porta-voz, Fra’ Matthew Festing renunciou após o papa Francisco pedir-lhe que deixasse o posto em um encontro na terça-feira, segundo a Reuters.
“O Papa lhe pediu que renunciasse e ele concordou”, declarou o porta-voz, acrescentando que o próximo passo seria uma formalidade em que o Conselho Soberano da ordem aprovaria a renúncia extremamente incomum. Normalmente, os grão-mestres ocupam o posto de modo vitalício.
A Ordem agora será administrada por seu número dois, o Grão-comandante, até que o novo líder seja eleito.
A Ordem de Malta e o Vaticano entraram em um embate, no mês passado, quando Fra’ Festing demitiu o Grão-chanceler Albrecht Freiherr von Boeselager, a terceira maior autoridade da Ordem. Pediu-se que Boeselager renunciasse e, quando ele se recusou por duas vezes, ocorreu a demissão justificada por insubordinação.
A razão ostensiva por trás do pedido de renuncia apresentado a Boeselager foi a de que ele foi considerado, em última instância, o responsável, após uma comissão de investigação, por permitir que contraceptivos fossem distribuídos pela agência humanitária da Ordem. Porém, a Ordem também alega ter havido outros fatores “confidenciais” em jogo, bem como uma “perda de confiança”.
Boeselager protestou contra as acusações e argumentou contra a forma como se deu sua demissão. Ele apelou ao Papa, que erigiu uma comissão de cinco membros para investigar as circunstâncias incomuns da demissão. Fra’ Festing recusou a cooperar, afirmando que a comissão estava interferindo na soberania e no direito da Ordem de gerir seus assuntos internos.
Também por trás da disputa estava acusações de uma ambiciosa associação alemão competindo pelo controle da Ordem, acusações de que o Grão-mestre estava sendo excessivamente autoritário, e conflitos de interesse entre os membros da comissão da Santa Sé.
Três membros da comissão, juntamente com Boeselager, estiveram envolvidos em uma doação recebida de $118 milhões por um fideicomissio na Suíça. Apesar de a documentação comprovar o contrário, o fideicomissio negou qualquer ligação com a Ordem.
Via: Fratres In Unum

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