sábado, 30 de dezembro de 2017

Missa em estado de necessidade?

Querem a todo custo justificar os constantes abusos e desprezos litúrgicos, que vemos todos os dias no Brasil, com a desculpa do estado de necessidade, chegam até a fazer comparação com as Missas celebradas em situação de guerra. Senhores sacerdotes, os fieis não são "Burros" sabem muito bem distinguir o estado de necessidade do desleixo. 





quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Primaz do Brasil celebra em cima de "pneus"

Dom Murilo Krieger, Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, celebrou o Santo Sacrifício da Missa em memória dos Santos Mártires Inocentes na Igreja da Santíssima Trindade em Águas de Meninos. A irreverência ficou por conta do altar improvisado por objetos que se parecem com pneus, e os vasos sagrados de madeira. Será que a igreja local está passando por alguma necessidade material ou estamos voltado aos anos de chumbo? 
As imagens foram divulgadas pelos meios de comunicação da Arquidiocese. 



quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Cardeal Burke faz último pedido ao Papa Francisco


O Cardeal Raymond Burke dirige um último pedido ao Papa Francisco para que esclareça as dúvidas, dizendo que a situação está cada vez pior, e afirmando a urgência que o Papa confirme os seus irmãos na Fé.

P. – Vossa Eminência, em que ponto estamos desde que, faz esta semana um ano, os “dubia” foram tornados públicos por Vossa Eminência, pelo Cardeal Walter Brandmüller, e pelos dois Cardeais recentemente falecidos, Carlo Caffarra e Joachim Meisner?

R. – Um ano depois da publicação dos “dubia” a respeito de “Amoris Laetitia”, que não receberam qualquer resposta por parte do Santo Padre, observamos que é cada vez maior a confusão acerca da interpretação da Exortação Apostólica. Torna-se por isso mais urgente ainda a minha preocupação pela situação da Igreja e pela sua missão no mundo. Naturalmente, continuo em contacto regular com o Cardeal Walter Brandmüller acerca destes assuntos de extrema gravidade. Ambos permanecemos em profunda unidade com os saudosos Cardeais Joachim Meisner e Carlo Cafarra, que nos deixaram nos últimos meses. É assim que de novo reitero a gravidade desta situação que se tem vindo a agravar continuamente.

P. – Muito se tem dito acerca dos perigos inerentes à natureza ambígua do Capítulo 8 de “Amoris Laetitia”, sublinhando-se como dá azo a interpretações diversas. Porque é que a clareza é tão importante?

R. – A clareza no ensinamento não implica de todo qualquer rigidez que pudesse impedir as pessoas de caminhar; bem pelo contrário, já que é precisamente essa clareza que vem trazer a luz necessária para se poder acompanhar as famílias a seguirem o caminho próprio dos discípulos de Cristo. É ao invés a obscuridade, e ela somente, que, impedindo que se enxergue o caminho, vem prejudicar a acção evangelizadora da Igreja, como nos diz Jesus: “Vem a noite, quando ninguém pode trabalhar” (Jo 9, 4).

P. – Poderia explicar algo mais, à luz dos “dubia”, acerca do que se está a acontecer na presente situação?

R. – A presente situação, longe de diminuir a importância dos “dubia” ou perguntas, torna-os ainda mais prementes. Não se trata de todo, como houve quem dissesse, de uma “ignorantia affectata”, que levanta dúvidas por não se querer aceitar um determinado ensinamento. Do que se trata nos dubia é sim, em vez disso, de determinar com precisão o que o Papa quis ensinar como sucessor de Pedro. 

Assim, as perguntas nascem precisamente do próprio reconhecimento daquele ofício petrino que o Papa Francisco recebeu de Nosso Senhor para confirmar na fé os seus irmãos, que é a sua finalidade. O Magistério é um dom de Deus à Igreja, para que faça clareza sobre pontos relativos ao depósito da fé. Afirmações em que falte essa mesma clareza, pela sua própria natureza, não podem ser qualificadas como expressões do Magistério.

P. – Do ponto de vista de Vossa Eminência, porque é que se torna tão perigoso que haja interpretações divergentes de “Amoris Laetitia”, em especial no que toca ao tratamento pastoral a dispensar a quantos vivam numa união irregular, e mais particularmente, no que diz respeito aos divorciados civilmente “recasados” que não vivem em perfeita continência e à questão de estes poderem ou não receber a Sagrada Eucaristia?

R. – É hoje evidente que foram sendo propostas várias interpretações, divergentes e até mesmo incompatíveis entre si, para certas indicações contidas em “Amoris Laetitia” e relativas a aspectos essenciais da fé e da prática da vida cristã. Este facto incontestável confirma que tais indicações aí contidas são ambivalentes e permitem diversas leituras, muitas das quais em contraposição com a doutrina católica. 

Assim sendo, as questões que nós Cardeais levantámos dizem respeito a saber o que foi exactamente que o Santo Padre ensinou e de que modo o seu ensinamento se harmoniza com o depósito da fé, dado que o magistério “não está acima da palavra de Deus, mas sim ao seu serviço, ensinando apenas o que foi transmitido, enquanto, por mandato divino e com a assistência do Espírito Santo, a ouve piamente, a guarda religiosamente e a expõe fielmente, haurindo deste depósito único da fé tudo quanto propõe à fé como divinamente revelado” (Concílio Vaticano II, Constituição dogmática “Dei Verbum”, n. 10).

P. – Não será que o Papa já não deixou claro qual seja a sua posição por meio da carta que endereçou a alguns bispos argentinos, na qual afirmou que “não há outra interpretação” senão a das linhas directrizes promulgadas por esses bispos – linhas directrizes essas que deixaram aberta a possibilidade de conviventes sexualmente activos não casados receberem a comunhão?

R. – Ao contrário do que foi dito entretanto, não podemos considerar como resposta adequada às questões levantadas a carta escrita pelo Papa pouco antes de receber os “dubia”, dirigida aos bispos da região de Buenos Aires e versando sobre as linhas directrizes estabelecidas por estes prelados. Por um lado, tais linhas directrizes podem elas próprias ser interpretadas de maneiras diferentes; e, por outro, não fica claro que a carta em questão seja um texto magisterial, mediante o qual o Papa tenha querido falar à Igreja universal enquanto sucessor de Pedro. 

O facto de que essa carta se tenha tornado conhecida porque houve uma fuga de informação para a imprensa – só depois tendo sido tornada pública pela Santa Sé – levanta uma dúvida razoável sobre se o Santo Padre teria a intenção de a dirigir à Igreja universal. Além do mais, seria bastante estranho – e contrário ao desejo manifestado explicitamente pelo Papa Francisco de deixar aos bispos de cada país a aplicação concreta de “Amoris Laetitia” (cf. AL, n. 3) – que agora o Papa viesse impor a toda a Igreja universal aquelas que são apenas as directivas concretas de uma pequena região. 

A ser assim, não deveriam porventura passar a considerar-se inválidas as diversas disposições promulgadas por vários bispos para as suas dioceses, desde Filadélfia até Malta? Um ensinamento que não é suficientemente determinado, seja quanto à respectiva autoridade como quanto ao seu efectivo conteúdo, não pode pôr em dúvida a clareza do ensinamento constante da Igreja, que, aliás, qualquer que seja o caso, permanece sempre normativo.

P. – Também está preocupado pelo facto de que certas conferências episcopais, ao permitirem que alguns divorciados “recasados” e que vivam “more uxorio” (isto é, que continuem a manter relações sexuais) possam receber a Sagrada Eucaristia sem um firme propósito de emenda, elas estejam com isso a contradizer o precedente ensinamento papal, em particular o contido na exortação apostólica  “Familiaris consortio”, do Papa São João Paulo II?

R. – Sim, os “dubia”, as nossas questões continuam em aberto. Quantos afirmam que disciplina ensinada por “Familiaris consortio” n. 84 mudou, mostram-se em oposição entre si logo que se trata de explicar as razões e as consequências. Alguns há que chegam ao ponto de defender que os divorciados com uma nova união e que continuam a viver “more uxorio” não se encontrariam num estado objectivo de pecado mortal (citando em seu apoio AL n. 303); outros negam esta interpretação (citando em seu apoio AL n. 305), e no entanto, deixam depois completamente entregue ao juízo da consciência a determinação dos critérios de acesso aos sacramentos. Parece pois que o objectivo dos intérpretes seja aquele de se chegar a todo o custo a uma mudança da disciplina, sem importar os argumentos que para tal fim se aduzam, e sem ter em consideração o quanto põem em perigo pontos essenciais do depósito da fé.

P. – Que efeito tangível tem tido esta mistura de interpretações?

R. – Tamanha confusão hermenêutica já produziu, de facto, um triste resultado. Verificamos que a ambiguidade a respeito de um ponto concreto da pastoral familiar conduziu alguns a propor uma mudança de paradigma acerca de toda a prática moral da Igreja, cujos fundamentos foram ensinados com autoridade por São João Paulo II na encíclica “Veritatis splendor”.

A verdade é que se activou um processo de subversão de partes essenciais da Tradição. No que toca à moral cristã, alguns sustentam que é necessário relativizar as normas morais absolutas e que se deve dar à consciência subjectiva, a uma consciência auto-referencial, um primado – em última análise equívoco –  em matéria de moral. Por conseguinte, o que aqui está em jogo não é um elemento tão-só secundário do “kerygma”, da mensagem fundamental do Evangelho. 

Do que estamos a falar é de saber se sim ou não, o encontro de uma pessoa com Cristo pode, por meio da graça de Deus, configurar o caminho da vida cristã, de modo a que este possa estar de acordo com o plano sapiente do Criador. Para melhor se compreender o alcance das mudanças que assim se propõem, basta pensar no que aconteceria se esse raciocínio viesse a ser aplicado a outros casos, como o do médico que pratica abortos, o do político que está ligado a uma rede de corrupção ou o de alguém que, estando em sofrimento, decida recorrer a uma modalidade de suicídio assistido…

P. – Alguns disseram que o efeito mais pernicioso é que tudo isto representa não só um ataque ao ensinamento moral da Igreja, mas também aos Sacramentos. De que modo?

R. – Para além do debate em torno da moral, está a provocar-se na Igreja uma erosão cada vez mais evidente do significado da sua prática sacramental, especialmente no que toca à Penitência e à Eucaristia. O critério decisivo para a admissão aos sacramentos sempre foi o da coerência do modo como uma pessoa vive com os ensinamentos de Jesus. Se agora, em vez disso, o critério decisivo passasse a ser a ausência de culpabilidade subjectiva das pessoas – como o fazem alguns dos intérpretes de “Amoris Laetitia” – não se estaria com isso a mudar também a própria natureza dos sacramentos? 

De facto, estes não são encontros privados com Deus nem meios sociológicos de integração comunitária. São sim sinais visíveis e eficazes da nossa incorporação em Cristo e na Sua Igreja, pelos quais e nos quais a Igreja professa publicamente a sua fé e a realiza. Assim, em se assumindo a culpabilidade subjectiva diminuída de uma pessoa ou a ausência de tal culpabilidade como critério decisivo para a admissão aos sacramentos, estar-se-ia a pôr em perigo a própria “regula fidei”, a regra da fé, que os sacramentos proclamam e realizam, não somente por meio de palavras mas também com gestos visíveis. Mais: como poderia a Igreja continuar a ser sacramento universal de salvação, se se esvaziasse de conteúdo o significado próprio dos sacramentos?

P. – Apesar de Vossa Eminência e muitos outros, incluindo mais de 250 académicos e sacerdotes que emitiram uma “correcção filial”, terem claramente sérias apreensões e reservas acerca dos efeitos destas passagens de Amoris Laetitia, e porque, até ao presente, não obteve ainda qualquer resposta por parte do Santo Padre, pode-se dizer que está aqui a dirigir-lhe um último apelo?

R. – Sim, por estas graves razões, um ano depois de se ter tornado públicos os “dubia”, de novo me dirijo ao Santo Padre e a toda a Igreja, sublinhando vigorosamente o quanto é urgente que o Papa, exercendo o ministério que recebeu do Senhor, confirme os seus irmãos na fé, com uma manifestação clara da doutrina atinente tanto à moral cristã como ao significado da prática sacramental da Igreja.

Sandro Magister in Settimo Cielo

Via: Senza Pagare

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Dom Keller: "Já passou pois da hora a necessidade de um catolicismo adulto"



Infelizmente (ultimamente não há como tecer um comentário sobre o mundo e a realidade sem ter que começar a frase com um “infelizmente”...) a loucura predomina no mundo. O abandono da Lei de Deus produz efeitos de devastação. 

Muitos julgavam que a fome, a miséria, a exploração e outros tantos males sociais seriam o que de pior poderia afetar a humanidade. Pois bem, uma sociedade sem Deus, sem a humilde obediência da Lei da Verdade e do Amor acaba gerando males ainda piores. Sem jamais querer espalhar o pessimismo, mas há ainda efeitos piores, frutos de um mundo em rebelião contra seu Criador: a imposição do pensamento de um ser humano sem identidade sexual definida, a destruição sistemática do modelo familiar tradicional, a perseguição violenta ao cristianismo, especialmente ao catolicismo, com seu consistente corpo doutrinal e tantos outros falsos novos valores estão produzindo um novo mundo, um novo ser humano, um novo modelo de família e até mesmo uma nova igreja.

 O catolicismo, fundado na verdadeira Fé, perdurará? Nunca foi tão atual o questionamento de Nosso Senhor: “Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?” (Lucas 18:8).

 Já passou pois da hora a necessidade de um catolicismo adulto, fundado na autêntica fé, sem contemplações e cedimentos, sem eufemismos e compromissos com este espírito mundano enraizado no mundo atual.

 O mundo precisa dos verdadeiros católicos, não de caricaturas. Deus precisa de gente que com verdadeiro espírito combativo (nossa guerra é pela verdadeira Paz; nossas armas são espirituais...), gente disposta a sair da mediocridade e, com as armas da Verdade e da Caridade, empreender o bom combate da Fé.


Dom Antônio Carlos Rossi Keller, Bispo Diocesano de Frederico Westphalen

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Müller sobre Magnum Principium: "Conferências episcopais não podem ter autoridade final''

Via: La Nouva Bussola Quotidiana / Tradução e Adaptação: Instituto Bento XVI


Gerhard Muller ex-prefeito da Congregação para doutrina da Fé, em entrevista ao Neue Passauer Presse,  saiu em defesa do Cardeal Robert Sarah, em relação a interpretação do Motu Proprio Magnum Principium do Papa Francisco que dá liberdade de tradução dos textos litúrgicos as conferências episcopais. O Cardeal tentou dá uma interpretação que mantivesse o papel primordial de Roma, porém o Papa repreendeu o prefeito da Congregação do culto divino e disciplina dos Sacramentos, confirmando a redução da autoridade competente de Roma. 

O Cardeal Müller foi perguntado: Houve um conflito recentemente entre o Papa Francisco e o Cardeal Sarah, ao contrário do cardeal,  Francisco quer liberdade de tradução para as conferências episcopais. O senhor interpreta como uma afronta ao cardeal? 

Müller respondeu: Sinto muito que tais querelas surgissem sobre a tradução exata e fiel dos textos do rito romano. A liturgia une e não deve causar divisões e contradições. Deve ser dada atenção a precisão do conteúdo, à fidelidade e a uma verdadeira correspondência a língua traduzida. A autoridade final em caso de dúvida não deve ser das conferências episcopais, porque significaria destruir a unidade da Igreja Católica, da compreensão da fé, da oração e comunhão[...]

O repórter perguntou: O Papa Emérito Bento XVI disse que a Liturgia está em boas mãos com o Cardeal Sarah. Isso não significaria falta de harmonia entre os dois Papas? 

O Cardeal responde, elogiando a espiritualidade do africano: Sarah na sua terra natal, Guiné, correu risco de vida sob um regime comunista bárbaro. Isto é uma condição previa muito importante, não para procurarmos inspirações humanas na liturgia, mas para entendermos a sério o que é a adoração existencial e culto a Deus, estando em união com o salvador que sofreu na cruz e está ressuscitado, o ponto central de uma existência cristã. Está além de minhas atribuições expressar publicamente, a relação entre o Papa e Bento XVI[...]



Informações com o portal lanuovabq.it
*[...] Cortes do editor

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Missa-Afro na casa da padroeira do Brasil


Neste fim de semana, aconteceu no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil a 21ª Romaria das Comunidades Negras. Destaque para uma Missa celebrada no Santuário, onde os ministros sagrados se vestiram com vestes nada convenientes para a Eucaristia, é uma volta as chamadas Missas-Afro, que fizeram sucesso nas décadas de 70-80.

Em entrevista ao portal oficial do Santuário a Pastoral Afro-Brasileira disse que o: "objetivo das discussões é também ter presente a caminhada das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), da Teologia da Libertação e o extermínio dos jovens negros; refletir sobre a presença do negro, da negra e da Pastoral Afro-brasileira na Igreja; garantir a continuidade dos leigos, das leigas, do clero e da hierarquia comprometidos com as propostas da Pastoral Afro-Brasileira; mostrar a Identidade Negra e celebrar nas respectivas culturas; e caminhar em conjunto com outras organizações contra a desigualdade, a discriminação, e o racismo, a intolerância religiosa, a exclusão dos direitos dos negros e negras nas periferias" 





Com informações do Portal A12

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Vaticano emite selo comemorativo pelos 500 anos da Reforma

*Estão invocando a ira dos céus: Os Católicos estão perplexos diante do absurdo que vem ocorrendo por causa do aniversário da revolta protestante; como se já não bastassem a afronta de colocar uma imagem do heresiarca Lutero no Vaticano, e de o chamar de testemunha do evangelho, agora lançam um selo comemorativo que afronta os dogmas e verdades do catolicismo. Basta!!! A negação da fé chegou ao extremo. 
Veja  a matéria da Rádio Vaticano: 
Cidade do Vaticano (RV) – O Departamento Filatélico do Vaticano recorda os 500 anos da Reforma Protestante com a emissão de um selo comemorativo.
Em primeiro plano, Jesus crucificado, tendo ao fundo um céu dourado sobre a cidade de Wittenberg, onde em 31 de outubro de 1517 foram fixadas pelo frei agostiniano as 95 teses.
De joelhos, à esquerda, Martinho Lutero com uma Bíblia, enquanto à direita está seu amigo Filippo Melantone - um dos maiores divulgadores da Reforma – tendo em mãos a Confissão de Augsburgo, o primeiro documento oficial dos princípios do protestantismo.
A tiragem do selo, no valor de 1,00 euro, é de 120 mil séries completas. (JE)
Via: Rádio Vaticano
*: Nota do editor

Católicos presos por rezar o Rosário em uma Catedral

Católicos foram presos por interromper comemorações dos 500 anos da 'Reforma'

 


Um grupo de jovens católicos foi detido pela polícia por ter interrompido as comemorações dos 500 anos da 'Reforma' Protestante na Catedral de Bruxelas. Quando o Pastor Protestante iniciou o seu discurso os jovens começaram a rezar o Terço, uma oração "ofensiva" para os protestantes, que desprezam qualquer tipo de culto a Nossa Senhora. Encontrava-se presente o Cardeal de Bruxelas, Jozef De Kesel. Esperemos que mais católicos sigam o exemplo destes bravos rapazes.

Veja o vídeo: 

Via: Senza Pagare

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Dom Tourinho assistiu Missa Tridentina na festa de Cristo Rei


Neste Domingo(29) o Bispo-auxiliar de Olinda e Recife Dom Tourinho Neto, assistiu a Missa Tridentina (Solenidade de Cristo Rei do Universo) celebrada pelo Reverendo Padre Nildo Leal de Sá na Igreja do Rosário da Boa Vista. Foi um momento importante para os fieis ligados a liturgia tradicional que puderam  mostrar a unidade com a hierarquia da Igreja local. Dom Tourinho concedeu sua bênção aos fieis e saudou com grande alegria inúmeros jovens e adultos que se fizeram presentes. A celebração marcou o inicio do pastoreio do Padre Nildo como assistente eclesiástico para os fieis ligados ao Rito Romano Tradicional. 

Confira algumas imagens: 











Imagens do Facebook do Padre Nildo Leal 

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Dom Tourinho assistirá Missa Tridentina

No próximo dia 29 ocorrerá a posse do Padre Nildo Leal de Sá como assistente eclesiástico para os fiéis ligados a Missa Tridentina na Arquidiocese de Olinda e Recife, a Missa Cantada de Nosso Senhor Rei do Universo contará com a presença pontifícia de Dom Antônio Tourinho, Bispo Auxiliar da mesma arquidiocese. 
Local: Igreja do Rosário da Boa Vista. 
Horário: 11 horas da manhã. 


quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Francisco usa texto de São Vicente de Lérins para justificar progressismo

Como o Papa Francisco citou S. Vicente de Lérins a propósito do «progresso» na doutrina e da «nova compreensão da verdade cristã»


No dia 11 de Outubro celebrou-se no Vaticano o 25º aniversário da publicação do Catecismo da Igreja Católica (CIC) numa sessão promovida pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, durante a qual o Papa Francisco fez um discurso, pronunciado em italiano, que naturalmente não passou indiferente a muitos comentadores atentos à vida da Igreja; comentários esses que maioritariamente se ocuparam da questão teológica levantada pela novidade, ao que parece agora introduzida pelo Santo Padre, relativamente ao entendimento da malícia «em si mesma»(sic) da pena de morte.

Neste seu discurso, a pretexto do progresso, por ele referido, na abordagem da pena de morte pelos «últimos Pontífices» e da necessidade de uma eventual revisão do CIC sobre este tema – introduzir nele «um espaço mais adequado e coerente com as finalidades agora expressas» (sic) -, Francisco comenta a questão maior do progresso na doutrina, sem o qual, como disse, «não se pode conservar a doutrina» (sic). Questão esta, aliás, me parece ter sido o verdadeiro núcleo e objectivo final desta alocução.

Sobre a novidade que o Papa agora avança a respeito da moralidade em si da pena de morte já outros comentaram. O que nesse discurso acabou por chamar particularmente a minha atenção foi o modo como o célebre tratado de São Vicente de Lérins, intitulado Commonitorium, é citado. E é só sobre isso que aqui resumo algumas das minhas observações, achadas já depois de ter lido na íntegra este belíssimo texto do monge de Lérins (na actual França) e que ali viveu em meados do século V.

Leiam-se então os dois seguintes excertos onde Francisco, no referido discurso, cita São Vicente de Lérins, os quais aqui transcrevo na versão em português (com sublinhados meus):

1º) “Aliás, como já recordava São Vicente de Lérins, «talvez alguém pergunte: Não haverá progresso algum dos conhecimentos religiosos na Igreja de Cristo? Há, sem dúvida, e muito grande. Com efeito, quem será tão malévolo para com a humanidade e tão inimigo de Deus que pretenda impedir este progresso?» (Commonitorium, 23.1: PL 50, 667). Por isso é necessário reiterar que, por muito grave que possa ter sido o delito cometido, a pena de morte é inadmissível, porque atenta contra a inviolabilidade e dignidade da pessoa.” (sic).

2º) “A Tradição é uma realidade viva; e somente uma visão parcial pode conceber o «depósito da fé» como algo de estático. A Palavra de Deus não pode ser conservada em naftalina, como se se tratasse de uma velha coberta que é preciso proteger da traça! Não. A Palavra de Deus é uma realidade dinâmica, sempre viva, que progride e cresce, porque tende para uma perfeição que os homens não podem deter. Esta lei do progresso – segundo a fórmula feliz de São Vicente de Lérins: «annis consolidetur, dilatetur tempore, sublimetur aetate – fortalece-se com o decorrer dos anos, cresce com o andar dos tempos, desenvolve-se através das idades» (Commonitorium, 23.9: PL 50, 668) – pertence à condição peculiar da verdade revelada, enquanto transmitida pela Igreja, e não significa de modo algum uma mudança de doutrina.” (sic).

Confronte-se agora com os excertos A e B, paralelos da referida versão bilíngue do texto de São Vicente, que transcrevo na sua integridade e onde sublinho de novo e apenas as partes citadas pelo Papa (a numeração é a constante da versão bilingue transcrita), constituindo as partes não-sublinhadas aquelas que o Santo Padre omitiu:

A) Latim e francês e português:

XXIII . 1. Sed forsitan dicit aliquis : 'Nullusne ergo in ecclesia Christi profectus habebitur religionis ?' – Habeatur plane et maximus. Nam quis ille est tam inuidus hominibus, tam exosus Deo, qui istud prohibere conetur ? 2. Sed ita tamen, ut uere profectus sit ille fidei, non permutatio, siquidem ad profectum pertinet ut in semetipsa unaquaeque res amplificetur, ad permutationem uero ut aliquid ex alio in aliud transuertatur.

XXIII . 1. Mais peut-être dira-t-on : 'N'y aura-t-il alors, dans Église du Christ, aucun progrès de la religion ? - Certes, il faut qu'il y en ait un, et considérable ! Qui serait assez ennemi de l'humanité, assez hostile à Dieu, pour essayer de s'y opposer ? 2. Mais cela à condition que ce soit vraiment pour la foi un progrès et non un changement, étant donné que ce qui constitue le progrès c'est que chaque chose soit augmentée en restant elle-même, tandis que le changement, c'est que s'y ajoute quelque chose venue d'ailleurs.

XXIII . 1. Mas talvez alguém pergunte: Não haverá progresso algum dos conhecimentos religiosos na Igreja de Cristo, nenhum progresso na religião? Certamente, é necessário que ele haja e considerável! Quem seria tão inimigo da humanidade, tão hostil a Deus, para tentar opor-se a isso? 2. Mas isso, na condição que seja verdadeiramente um progresso para a fé e não uma mudança, sendo que o que constitui o progresso é que cada coisa/realidade seja aumentada permanecendo ela mesma, enquanto que a mudança é quando se acrescente a ela qualquer coisa vinda de fora. (Tradução do francês-português minha).

B) Latim e francês e português:

XXIII . 9. Ita etiam christianae religionis dogma sequatur has decet profectuum leges, ut annis scilicet consolidetur, dilatetur tempore, sublimetur aetate, incorruptum tamen inlibatumque permaneat et uniuersis partium suarum mensuris cunctisque quasi membris ac sensibus propriis plenum atque perfectum sit, quod nihil praeterea permutationis admittat, nulla proprietatis dispendia, nullam definitionis sustineat uarietatem.

XXIII . 9. Ces lois du progrès doivent normalement s'appliquer également au dogme chrétien ; qu'il soit consolidé par les années, développé par le temps, rendu plus auguste par l'âge, mais qu'il demeure sans corruption et inentamé, qu'il soit complet et parfait dans toutes les dimensions de ses parties et, pour ainsi parler, dans tous les membres et dans tous les sens qui lui sont propres, qu'il n'admette après coup aucune altération, aucune perte de ses caractères spécifiques, aucune variation dans ce qu'il a de défini.

XXIII .9. Estas leis do progresso devem normalmente aplicar-se ao dogma cristão; [de modo] que ele seja consolidado pelos anos, desenvolvido pelo tempo, tornando-se mais augusto/sublime/venerável pela idade, mas que ele permaneça sem corrupção e incontaminado, que ele esteja completo e perfeito em todas as dimensões das suas partes e, por assim dizer, em todos os seus membros e em todos os sentidos que lhe são próprios, que ele não admita demasiadamente tarde, nenhuma alteração, nenhuma perda das suas características específicas, nenhuma variação no que ele tem de definido. (Tradução do francês-português minha).

Diz o Santo Padre que «o desenvolvimento harmónico da doutrina, porém, requer que se abandone tomadas de posição em defesa de argumentos que agora se apresentem decididamente contrários à nova compreensão da verdade cristã» (sic, com sublinhado meu). Mas lendo directamente São Vicente de Lérins não é difícil constatar que o santo monge, admitindo claramente a progressão do dogma no que respeita à inteligência, à ciência e à sabedoria (intellegentia, scientia, sapientia), jamais admite, antes nega peremptoriamente, que no dogma ou na doutrina possa haver novidade no sentido em que esta mesma novidade possa alterar, subtrair, contradizer ou refutar a verdade nem o seu significado.

É muito penoso - para quem deseja e teima, de todo o coração, manter a devida fidelidade e obediência ao legítimo sucessor de Pedro - constatar um facto assim; tanto mais quanto, infelizmente, este modo intelectualmente tão discutível de citar não é inédito na pessoa do Papa Francisco.

Por exemplo, sobre o modo como São Tomás de Aquino é citado e usado na célebre Exortação Apostólica Amoris Laetitia, leia-se a análise de um sacerdote dominicano, diplomado por Oxford, numa sua recente entrevista; ou o modo como na nota 329, referente ao nº 298 da mesma Exortação, o Santo Padre aplica e utiliza, referindo-se aos «divorciados que vivem numa nova união» (sic), um excerto do nº 51 da Gaudium et Spes, sendo que este documento do Concílio Vaticano II está neste ponto a referir-se aos «esposos» (sic), obviamente de matrimónios canonicamente válidos, não sendo esta condição ou estado teologicamente indiferente para o aspecto objecto de análise pelo Papa.

Francisco pede com pertinaz insistência que rezemos por ele. Sim, rezemos implorando ao Altíssimo para que o Santo Padre Francisco seja o primeiro entre todos os cristãos a ajudar-nos na obediência religiosa; assim como a saber obedecer (ob-audire) na Fé devida por todos nós em resposta à sagrada Revelação divina (cf. CIC nn 142-144).

João Duarte Bleck, médico e leigo Católico
25 de Outubro de 2017

Notas de rodapé:
1. Servi-me da versão bilíngue latim-francês disponível em: 

2. Versão em português e outras línguas disponível em:

3. «Crescat igitur oportet et multum uehementerque proficiat tam singulorum quam omnium, tam unius hominis quam totius ecclesiae, aetatum ac saeculorum gradibus,intellegentia, scientia, sapientia, sed in suo dumtaxat genere, in eodem scilicet dogmate, eodem sensu eadem que sententia (Cf. 1 Co 1, 10).
« Donc, que croissent et que progressent largement l'intelligence, la science, la sagesse, tant celle des individus que celle de la collectivité, tant celle d'un seul homme que celle de l'Église tout entière, selon les âges et selon les générations ! — mais à condition que ce soit exactement selon leur nature particulière, c'est-à-dire dans le même dogme, dans le même sens, et dans la même pensée.» (Commonitorium, XXIII, 3, sublinhado meu).
«Portanto, que cresçam e que progridam largamente a inteligência, a ciência, a sabedoria, tanto a dos indivíduos como a da colectividade, tanto a de um só homem como a da Igreja inteira, segundo as idades e segundo as gerações! – mas na condição que isso seja exactamente segundo a sua natureza particular, isto é, no mesmo dogma, no mesmo sentido e no mesmo pensamento.» (Tradução do francês-português minha).
Recomendo aos que sabem francês a leitura, através do site atrás referido, de todo o capítulo XXIII do tratado de São Vicente de Lérins, sobre o progresso do dogma e as suas condições.

4. Ver a entrevista do padre dominicano Thomas Crean O.P., em:

Via: Senza Pagare 

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Cardeal Sarah: Os inimigos de Deus e da Igreja perecerão

"Os homens que definem e criam estratégias para matar Deus, destruir a doutrina e o ensinamento da Igreja ao longo dos séculos, serão eles mesmos engolidos, transportados pela sua própria vitória terrestre para a Geena eterna." 

Cardeal Robert Sarah in 'Deus ou nada'


Via: Senza Pagare

domingo, 22 de outubro de 2017

Francisco contraria Cardeal Sarah



Com informações do portal Bussola Quotidiana: O Papa Francisco teria enviado uma carta ao Cardeal Robert Sarah na qual o desmentia a respeito da interpretação do Motu Próprio Magnum Principium. 

O Cardeal Sarah queria um certo poder de decisão para Congregação para Disciplina dos Sacramentos analisar o conteúdo das novas traduções do Missal, mas em carta o Papa Francisco prontamente respondeu que isso agora é  de responsabilidade das conferências episcopais. Isso na prática significa que a Congregação para Disciplina dos Sacramentos perdeu sua mais importante função, que é a de manter a Ortodoxia dos textos litúrgicos em vigência na Igreja Católica. 

O Cardeal Sarah agora ocupa simplesmente um cargo simbólico. 


Via: anuovabq.it

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

"Laudatio" uma resposta a Correção filial


Depois da publicação da Correção filial, sobre as heresias da Amoris Laetitia, surge a primeira resposta a nível mundial, porém não parte de iniciativa do próprio Papa Francisco, mas sim de inúmeros teólogos progressistas que chamaram a iniciativa de Laudatio, em louvor das obras do pontificado argentino. 

Entre seus signatários o Bispo Emérito do Xingu no estado do Pará, Dom Erwin Kräutler. O monge alemão Fritz Lobinger, bispo emérito de Aliwal (África do Sul), é o "pai" da expressão "sacerdócio comunitário" que explicou no livro Equipe dos Anciãos, ele é um dos defensores do fim do celibato. Outro signatário é o Padre Paul Zulehner, discípulo de Karl Rahner, é conhecido por sua fantasiosa "futurologia pastoral" (Pastorale Futurologie, 1990) e apoiou o manifesto em favor da ordenação feminina, fim do celibato e segunda união matrimonial. Também assina a Laudatio o religioso Matin Lintner que ficou famoso por defender a homossexualidade e as relações pré-matrimoniais no livro "The Rediscovery of Eros". 

A Laudatio foi lançada no endereço eletrônico: http://www.pro-pope-francis.com/


Informações recolhidas do portal Rorate Caeli

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Bispos defendem o fim do celibato e ordenação feminina

Progressistas estão entusiasmados com o sínodo pan-amazônico (O Teatro já está armado)

Veja a matéria abaixo sobre a posição de 3 bispos, inclusive um ítalo-brasileiro:  

Via catholicus.org: 

Bispos dizem que o modelo de sacerdócio faliu; é preciso mudar já

Com diferença de poucos dias, três bispos saíram a público para anunciar o que parece óbvio, mas é um tema tabu na Igreja: o modelo atual/tradicional de sacerdócio faliu e é preciso encontrar novos caminhos. Falaram sobre o assunto o bispo de Macapá (AP), dom Pedro Conti, o da diocese australiana de Parramatta, dom Vincent Long Van Nguyen, e o recém-nomeado bispo de Innsbruck, na Áustria, Herman Glettler.

O tema do sacerdócio na contemporaneidade suscita uma série de outras questões: o fim do celibato, a ordenação de homens casados, o diaconato e o sacerdócio feminino, a comunhão para divorciados em segunda união e os temas vinculados ao universo da sexualidade. São assuntos historicamente entrelaçados e que mobilizaram intensamente a Igreja nos anos 1980-90,quando foram vetados pelo governo conjunto de João Paulo II e do cardeal Ratzinger.
O silêncio foi imposto à custa de editos de tom imperial, censuras, repreensões públicas e privadas, remoções e punições  em cascata, como as do padre e teólogo alemão Eugen Drewermann (1991), proibido de ensinar, da teóloga e freira brasileira Ivone Gebara (1995), condenada ao silêncio e exílio na Europa por dois anos, as seguidas sentenças contra o teólogo alemão Hans Küng, e a proibição liminar para o debate sobre estes temas no âmbito das conferências episcopais nacionais.
O assunto ficou sufocado durante mais 30 anos e volta timidamente agora, com as rachaduras que a primavera de Francisco provoca na crosta de gelo do longo inverno conservador.
Dom Vincent Long Van Nguyen, que chegou à Austrália como menino refugiado do Vietnam, é hoje o bispo da diocese de Parramatta, no subúrbio de Sidney, a quinta maior do país. Ele é o líder católico australiano mais identificado com o Papa Francisco e uma esperança para o futuro de uma Igreja devastada pela praga da pedofilia -entre 1980 e 2015, quase 4.500 pessoas denunciaram abusos sexuais contra menores cometidos pelos 1.880 membros da Igreja local, o que significa 7% do clero do período, percentual que chegou para mais de 15%, em algumas dioceses. Dom Nguyen foi, ele mesmo, vítima de abusos .
O bispo australiano concedeu uma entrevista ao Tablet na qual falou sobre a profunda crise da Igreja australiana e mundial.  Para ele, o “o modo antigo de ser sacerdote serviu a Igreja que amamos. Mas este modelo de sacerdócio exaltado, destacado e elitista está agonizando”. Dom Nguyen afirma corajosamente que é hora de uma reforma profunda e “não uma mudança meramente cosmética ou pior, um retrocesso rumo ao restauracionismo”.


O que há com a Igreja hoje?  “Muito do que está errado com a igreja hoje provém de uma caricatura da liderança e do serviço cristãos. No que me diz respeito, a crise do abuso sexual é apenas a ponta do iceberg.” Ele deu um exemplo do que é essa caricatura, lembrando da primeira vez em que confessou-se (o sacramento da Reconciliação), quando era criança: “Nosso pároco caminhou igreja adentro não como um servidor humilde, mas como um senhor feudal. (…)Quando me ajoelhei para confessar, no confessionário escuro, não consegui dizer uma palavra. Fiquei paralisado de medo. Não impressionado pelo meu silêncio, o padre imediatamente saiu do confessionário e arrastou-me pela orelha, colocou-me no fim da linha e deu-me uma bofetada no rosto antes de voltar a sentar-se” -e isso não aconteceu há tanto tempo assim, considerando a idade de dom Nguyen (55 anos), o episódio deve ter ocorrido na entrada da década de 1970.
Alinhado ao Papa Francisco, ele propõe um caminho de reorganização da Igreja: “A Igreja só pode ser fiel à sua missão quando abraça de forma plena e inequívoca a jornada adentro da vulnerabilidade divina. Ela só pode ser o canal da compaixão e falar o idioma da esperança para uma humanidade quebrada quando personifica verdadeiramente a impotência e fica onde Cristo esteve, firmemente ao lado dos marginalizados e os mais vulneráveis ”.
Dom Pedro Conti, um italiano apaixonado pelo Brasil desde que chegou ao Pará em 1983, concedeu uma longa entrevista ao padre Luis Miguel Modino, pároco de São Gabriel da Cachoeira (AM) publicada em Religión Digital. Ele dá um passo adiante  e apresenta um caminho a partir do diagnóstico de dom Nguyen .
Para o bispo ítalo-brasileiro os padres celibatários, formados no modelo tradicional, deveriam “cuidar mais da formação” e que a Igreja deveria abrir as portas para que os casados fossem ordenados. Eles deveriam cuidar da celebração das missas, da escuta das confissões, entre outras atividades: “Estas pessoas poderiam celebrar a Eucaristia e perdoar os pecados também”. Para o bispo, haveria uma combinação entre padres celibatários (por escolha voluntária) e casados. Os celibatários “com maior liberdade para mover-se, com mais tempo e condições de acompanhar as comunidades” e os casados “alguém que tenha uma renda, uma formação básica e sobretudo liderança”.

Dom Conti diz que sua diocese está pronta para experimentar o novo modelo –ele está à espera de uma autorização de Roma para começar: “quando e como é algo que depende do Papa Francisco”.
Dom Herman Glettler , defendeu em várias entrevistas depois do anúncio de seu nome para diocese de Innsbruck, na Áustria, que é urgente a ordenação de mulheres ao diaconato: “Isto seria um passo maravilhoso e muito importante”. Mais ainda: ele afirmou que “não é utopia” esperar que elas sejam ordenadas ao sacerdócio. Da mesma maneira que dom Conti, ele defendeu enfaticamente a ordenação de homens casados. Ele se disse entusiasmado com a Amoris Laetitia, que está sob fogo cerrado dos conservadores e afirmou que o direito à comunhão dos divorciados em segunda união “do ponto de vista evangélico, faz muito sentido”.
No governo de sua diocese, dom Glettler anunciou que irá potencializar “as responsabilidades e liderança” dos leigos, e não apenas como medida para desafogar os sacerdotes, mas para “repensar estruturalmente” a organização das paróquias, rumo a uma “nova maneira” de fazer Igreja.
Pode parecer pouco apenas três bispos defenderem abertamente mudanças radicais no sacerdócio, como tem feito seguidamente o Papa. Três bispos num universo de mais de 5 mil parece uma gota no oceano. Mas o fato de eles abrirem um debate que esteve sob bloqueio completo por 35 anos é sinal de que a primavera pode derreter o gelo –mas será necessário tempo para isso.