sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Cardeal Burke explica correção que será aplicada ao Papa


Uma vez que o Papa Francisco optou por não responder às 5 questões sobre se a exortação apostólica 'Amoris Laetitia' está em conformidade com os ensinamentos católicos, torna-se “necessária” uma “correcção” das orientações em que o seu ensinamento se afasta da fé católica, disse o Cardeal Raymond Burke numa nova entrevista.

O Cardeal, que é um dos quatro que, há quase um ano, assinaram os Dubia para pedirem ao Papa a clarificação dos seus ensinamentos, explicou, em entrevista ao The Wanderer, como prosseguiria o processo para a realização de uma “correcção formal”.

“Parece-me que a essência da correcção é bastante simples”, explicou Burke. “Por um lado, define-se o ensino claro da Igreja; por outro lado, é apresentado o que é realmente ensinado pelo Pontífice Romano. Se houver uma contradição, o Pontífice Romano é chamado a corrigir o seu próprio ensinamento em obediência a Cristo e ao Magistério da Igreja”, afirmou.

“Levanta-se a questão: Como seria isso feito? É feito muito simplesmente por uma declaração formal à qual o Santo Padre seria obrigado a responder. Os cardeais Brandmüller, Caffarra, Meisner e eu usamos uma antiga prática da Igreja para propor os Dubia ao Papa”, continuou o Cardeal.

“Isso foi feito de uma forma muito respeitosa e não de modo agressivo, a fim de dar-lhe a oportunidade de afirmar o ensino imutável da Igreja. O Papa Francisco escolheu não responder aos cinco Dubia, portanto agora é necessário simplesmente afirmar o que a Igreja ensina sobre o casamento, a família, actos intrinsecamente maus e assim por diante. Estes são os pontos que não são claros nos actuais ensinamentos do Pontífice Romano; portanto, esta situação deve ser corrigida. A correcção incidiria então principalmente sobre esses pontos doutrinários”, acrescentou.

No ano passado, os quatro cardeais trouxeram a público as suas perguntas (Dubia) depois que o Papa não lhes ter dado uma resposta. Eles esperavam que, respondendo às suas cinco perguntas de sim-ou-não, o Papa dissiparia o que eles chamavam de “incerteza, confusão e desorientação entre muitos fiéis” decorrentes da controversa exortação.

Em Junho, os 4 cardeais publicaram uma carta dirigida ao Papa na qual pediram, sem sucesso, uma audiência privada para discutir “a confusão e a desorientação” existente dentro da Igreja devido à exortação.

A exortação tem sido usada por vários bispos e grupos de bispos, incluindo os da Argentina, Malta, Alemanha e Bélgica, para emitir directrizes pastorais que autorizam que a Comunhão seja dada a católicos divorciados-civilmente-recasados a viver em adultério. Mas os bispos do Canadá e da Polónia emitiram declarações, com base na leitura do mesmo documento, proibindo tais casais de receber a Comunhão.

O Papa Francisco não entrou ainda em diálogo com os três restantes cardeais.

Burke afirmou na entrevista ao The Wanderer que o Papa é o “princípio da unidade dos bispos e de todos os fiéis”. “No entanto, a Igreja está a despedaçar-se neste momento com confusão e divisão”, disse ele. “O Santo Padre deve ser chamado a exercer o seu ofício para pôr fim a isto”, acrescentou.

Se o Papa mantiver a sua recusa em responder aos Dubia, o “próximo passo seria uma declaração formal reafirmando os ensinamentos claros da Igreja, conforme o estabelecido nos Dubia“, disse Burke.

“Para além disso, seria declarado que essas verdades da Fé não estão a ser afirmadas com clareza pelo Pontífice Romano. Por outras palavras, em vez de colocar as perguntas conforme foi feito nos Dubia, a correcção formal daria as respostas de forma clara, em conformidade com o que os ensinamentos Igreja”, acrescentou.

É  amplamente consensual que os Cardeais, seguindo as doutrinas da Igreja sobre o casamento, a confissão e a Eucaristia, responderiam às cinco perguntas de sim-ou-não deste modo:

Seguindo as afirmações da Amoris Laetitia (n. 300-305), um casal adúltero habitual pode obter a absolvição e receber a Sagrada Comunhão? NÃO

Com a publicação da Amoris Laetitia (ver n. 304), ainda se pode considerar válido o ensinamento de São João Paulo II, na Veritatis Splendor, de que existem “normas morais absolutas que proíbem actos intrinsecamente maus e que são vinculantes sem excepções”? SIM

Depois da Amoris Laetitia (n. 301), ainda se pode afirmar que o adultério habitual pode ser uma “situação objectiva de pecado grave habitual”? SIM

Após as afirmações de Amoris Laetitia (n. 302) são os ensinamentos de João Paulo II na Veritatis Splendor ainda válidos de que “circunstâncias ou intenções nunca podem transformar um ato intrinsecamente desonesto pelo seu objecto, num acto ‘subjectivamente’ honesto ou defensível como opção”? SIM

Depois da Amoris Laetitia (n. 303), ainda é necessário considerar válido o ensinamento da encíclica Veritatis Splendor de São João Paulo II “que exclui uma interpretação criativa do papel da consciência, e afirma que a consciência jamais está autorizada a legitimar excepções às normas morais absolutas que proíbem acções intrinsecamente más pelo próprio objecto”? SIM

O Cardeal Burke afirmou que os fiéis católicos que estão frustrados com a liderança do Papa Francisco na Igreja não devem considerar alguma ideia de “cisma”. “As pessoas falam de um cisma de facto. Eu sou absolutamente contrário a qualquer tipo de cisma formal – um cisma nunca pode ser correcto”, disse ele.

“As pessoas podem, no entanto, estar a viver numa situação cismática se o ensino de Cristo foi abandonado. A palavra mais apropriada seria a única que Nossa Senhora usou na sua Mensagem de Fátima: apostasia. Pode haver apostasia dentro da Igreja e, de facto, é o que está a acontecer. Relacionado com a apostasia, Nossa Senhora também se referiu à falha dos pastores em manter a Igreja unida”, acrescentou.

Peter Baklinski in LifeSiteNews 
Tradução: odogmadafe.wordpress.com
Via: Senza Pagare

5 comentários:

  1. Burke representa o que há de pior dentro da Igreja, a corrupção, o apoio escancarado aos mais fortes em desprezo ao povo sofredor. Que Deus ajude Francsico a continuar a expulsar essa corja ruim de dentro da Igreja.

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    1. A corrupção na Igreja está por conta de modernistas TLs feito você, que deturpam as Sagradas Escrituras e desprezam a Sagrada Tradição e o Sagrado Magistério para impor sua interpretação marxista e querer impor à força uma concepção de reino de deus com viés materialista, em detrimento do verdadeiro Reino de Deus, transcendental, espiritual.

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  2. O Papa deve responder sim as Dubia, pois ele é responsável pela unidade e deve acabar com toda divisão, principalmente quando é consequencia de sua falta de conhecimento teológico e da doutrina Católica. Ele está pregando contra a tradição e doutrina da Igreja.

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  3. “Roma Locuta est, Causa Finita Est”

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