segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Greco-católicos se irritam com declaração conjunta de Francisco e Kirill

Declaração conjunta. Fala o patriarca greco-católico.

O Arcebispo-Mor de Kiev-Halytch, Dom Sviatoslav Shevchuk, chefe da Igreja Greco-Católica, fala sobre a declaração conjunta entre o Papa Francisco e o chefe da Igreja Ortodoxa Russa. 
Sviatoslav tem o título patriarca outorgado por seu próprio povo, embora, por razões ecumênicas, não o tenha reconhecido pelo Vaticano. 
Os greco-católicos, chamados pejorativamente de “uniatas” por terem reconhecido a primazia Papal, pagam um alto preço por sua fidelidade – além de massacrados na Ucrânia por Putin, agora se mostram decepcionados com o Papa Francisco . 
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Por Opus Publicum | Tradução: Gercione Lima – FratresInUnum.com: Sua Beatitude Sviatoslav, Patriarca de Kyev-Halych e Toda Russia, emitiu uma declaração oficial sobre a Declaração Conjunta assinada ontem pelo Papa Francisco e o Patriarca Kirill, em Havana, Cuba. O texto completo das declarações do Patriarca -em ucraniano – está disponível a partir do site oficial da Igreja Greco-Católica ucraniana. «Зустріч, яка не відбулася?» – Блаженніший Святослав
Enquanto Sviatoslav oferece palavras de elogio à Declaração Conjunta, esse louvor é diminuído pelo fato de que ele não foi consultado sobre o texto, apesar de ser membro do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos.
Novembro de 2013: o Arcebispo Maior dos Greco Católicos é recebido pelo Papa Francisco na Basílica de São Pedro.
Padre Atanásio McVay, um padre católico-grego, gentilmente concedeu-nos permissão para postar no Opus Publicum a sua tradução dos três parágrafos finais da declaração de Sua Beatitude Sviatoslav. Além disso, acrescentou as referências bíblicas no final. Esperamos que uma tradução completa das palavras do Patriarca Sviatoslav estejam disponíveis em breve.
“Sem dúvida, este texto está causando profunda decepção entre muitos dos fiéis de nossa Igreja e entre os cidadãos conscientes da Ucrânia. Presentemente, muitos me contataram sobre isso e disseram que se sentem traídos pelo Vaticano, desapontados com as meias-verdades contidas neste documento, e até mesmo chegam a vê-lo como apoio indireto da Sé Apostólica à agressão russa contra a Ucrânia. Certamente, eu posso entender esses sentimentos.
Não obstante, eu procuro encorajar os nossos fiéis a não dramatizar muito sobre essa declaração e não exagerar sua importância para a vida da Igreja. Nós já passamos pela experiência de mais do que uma declaração desse tipo e sobrevivemos a todas. Nós sobreviveremos a essa também. Precisamos lembrar que nossa unidade e comunhão plena com o Santo Padre, o Sucessor do Apóstolo Pedro, não é o resultado de um acordo político ou compromisso diplomático, ou que se deve à clareza do texto de uma declaração conjunta. Esta unidade e comunhão com o Pedro de hoje é uma característica essencial da nossa fé. É a ele, o papa Francisco, e a cada um de nós hoje, que Cristo dirige aquelas palavras do Evangelho de Lucas: ” Simão, Simão, eis que Satanás pediu insistentemente para vos peneirar como trigo; eu, porém, roguei por ti, a fim de que tua fé não desfaleça. E tu, quando te converteres, confirma teus irmãos…”
É por esta unidade com a Sé Apostólica de Roma que os mártires e confessores da fé da Igreja do século XX deram as suas vidas e selaram o seu sangue. Precisamente na comemoração do 70º aniversário da Pseudo-Sínodo de Lviv compartilhamos a força do testemunho, de seu sacrifício que, em nossos dias, muitas vezes parece ser uma pedra de tropeço – A pedra que os construtores das relações internacionais muitas vezes rejeitaram.
Mas é o Cristo, a rocha estabelecida na fé de Pedro, que o Senhor colocou como pedra angular para o futuro de todos os Cristãos. E vai ser “uma maravilha aos nossos olhos.” (Salmo 118: 22; Mt 21:42; Lc 20: 17L Act 04:11; Ep 02:20; 1 Pedro 2: 7)
Via: FratresInUnum.com

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