quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Bispos alemães aprovam comunhão para adúlteros

Na Alemanha, os católicos, depois de uma separação e de um casamento posterior, não estão mais, em princípio, excluídos da comunhão. A decisão é da Conferência Episcopal Alemã, que chegou a essa conclusão a partir da exortação apostólica Amoris laetitia, do ano passado.
A reportagem é do sítio do jornal Frankfurter Allgemeine, 01-02-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Nesse documento, o Papa Francisco ressaltou a importância da decisão em consciência, comunicaram os bispos na quarta-feira em Bonn. Assim, em casos individuais, a decisão de se aproximar da Eucaristia deve ser respeitada. O processo de decisão deve ser acompanhado por um diretor espiritual.
Não se trataria, portanto, de uma liberalização geral, enfatizaram os bispos: “Nem todos os fiéis cujo matrimônio fracassou e que estão separados e se casaram de novo podem receber os sacramentos indiscriminadamente”.
Até agora, os divorciados que contraíram um novo matrimônio não podem receber a comunhão, porque, segundo a doutrina católica, vivem em estado de culpa grave. Durante um ano inteiro, os bispos católicos alemães tentaram chegar a uma declaração pastoral comum, para poderem implementar as indicações do documento do papa em todas as dioceses.
Alguns bispos conservadores alertavam contra uma liberalização dos sacramentos, o que colocaria em discussão a indissolubilidade do matrimônio. Os cardeais alemães Joachim Meisner e Walter Brandmüller, por isso, se opuseram à linha proposta pelo papa. Junto com outros dois cardeais, um italiano e um estadunidense, pediram a Francisco, no ano passado, um esclarecimento sobre alguns pontos ambíguos, na opinião deles.
Conferência Episcopal Alemã também anunciou que quer melhorar a preparação para o matrimônio e dar mais peso para a pastoral para os cônjuges.
Comitê Central dos Católicos Alemães e o movimento de leigos católicos “Nós somos Igreja” acolheram favoravelmente a declaração dos bispos. No entanto, o “Nós somos Igreja” lamentou o fato de os bispos alemães terem levado nada menos do que nove meses antes de chegarem a um acordo sobre uma declaração conjunta. E que, do ponto de vista ecumênico, justamente no ano do 500º aniversário da Reforma, é decepcionante uma declaração dos bispos alemães que ainda afirma que “nos casamentos mistos também não é possível a plena comunhão na ceia do Senhor”.
Via: IHU

3 comentários:

  1. Lembro-me de uma publicação do Padre Paulo Ricardo, no qual enfatiza a criação das duas bestas citadas no Apocalipse. Um poder político e um religioso. O político sabemos que é claramente os interesses não-cristãos das grandes famílias mundiais com o comunismo como peça chave desse processo; E o religioso nada mais é que o fruto do comunismo, a Teologia da Libertação e todos os adeptos dessa doutrina macabra.
    Cabe a nós analisarmos o que de fato ataca a mãe Igreja e o que é a favor da mesma. Prefiro obedecer os Santos Padres e a Santa Sé, sofrendo, do que "acertar" para o mundo sendo um jujuba que só fala "não julgueis".

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  2. Deixar a decisão de permitir-se o recebimento da Sagrada Eucaristia aos católicos em segunda união pelo padre local, quem tem condição de conhecer o caso particular de cada um, em tese, é bom. Por este lado, os fiéis que, embora divorciados, vivem como irmãos (sem ato conjugal), possam receber a Eucaristia. Porém, deixar esta decisão para os padres, muitos dos quais não possuem boa formação doutrinal, não seguindo, seja por ignorância ou desobediência, o ensino tradicional da Igreja, também pode ser perigoso, pois podem acabar permitindo sacrilégios e a condenação destas almas - e da deles próprios, pois padres que levam seu rebanho para o inferno também irão para lá. A ideia é boa. A intenção também. Mas me parece temerária, ainda mais sabendo da situação de nossos bispos e padres, que, não raro, são desobedientes á Roma e ao seu ensino tradicional, preferindo interpretar as coisas a seu bel-prazer. Não duvido que estes bispos e padres liberais cederão facilmente á vontade do povo que quer poder comungar mesmo sem estarem em estado de graça e sem o desejo de conversão, preferindo seguir aos seus caprichos em vez de seguir o Evangelho.

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    1. E quem disse que esta decisão sao para aqueles que vivem a continência???? Não! Essa decisão é para quem não vive ferindo assim o verdadeiro magisterio da Igreja.

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