sexta-feira, 19 de maio de 2017

BOMBA: Bento XVI sai em defesa do Cardeal Sarah

Bento XVI entra em campo para frear a deriva litúrgica e apoiar o Cardeal Sarah.

Em 2014, Bento XVI apoiou publicamente aqueles a quem chamou de “grandes cardeais”, em mensagem lida publicamente em Missa no Rito Tradicional celebrada na Basílica de São Pedro pelo Cardeal Burke, que, à época, perdia todos os postos que ocupava. Agora, sai novamente em defesa de outro Cardeal que perdeu completamente seu prestígio em Roma e viu sua Congregação ser sitiada por membros de orientação progressista, após algumas mínimas tentativas de restaurar certa dignidade na liturgia.
Por Riccardo Cascioli, La Nuova Bussola Quotidiana, 18 de maio de 2017 | Tradução: FratresInUnum.com – “Com o Cardeal Sarah a liturgia está em boas mãos.” Assinado: Bento XVI. O que à primeira vista pode parecer um simples gesto de respeito, é, na realidade, uma verdadeira bomba. Isso significa, de fato, que o Papa Emérito – apesar de seu estilo discreto – saiu diretamente em campo na defesa do Cardeal Robert Sarah, como prefeito da Congregação para o Culto Divino, que agora se encontra isolado e marginalizado pelos novos nomeados pelo Papa Francisco, e publicamente desautorizado em seu discurso pelo próprio Papa.
O gesto dramático de Bento XVI chegou sob a forma de um prefácio de um livro do Cardeal Sarah, “La Force du silence” (O Poder do Silêncio), ainda não traduzido em italiano. O texto de Bento XVI deverá ser publicado nas próximas edições do livro, mas já foi divulgado ontem pelo site americano First Things.
Nele, Bento XVI elogiou muito o livro do Cardeal Sarah e o próprio Sarah, definindo-o como “mestre espiritual, que fala das profundezas do silêncio com o Senhor, expressão de sua união íntima com Ele, e que por isso tem algo a dizer para cada um de nós” .
E no final da mensagem ele se diz grato ao Papa Francisco  por “ter nomeado um tal mestre espiritual à frente da Congregação para a celebração da liturgia na Igreja”. É uma nota que seria mais uma armadura do que gratidão real. Não é segredo o fato de que ao longo do último ano, o Cardeal Sarah foi gradualmente deposto de fato, primeiramente com a nomeação dos membros da congregação que tiveram o êxito de cercar Sarah com elementos progressistas abertamente hostis à “reforma da reforma” pedida por Bento XVI e que o cardeal guineense tentava colocar em ação. Em seguida, a desautorização aberta da parte do papa a respeito da posição do altar; e depois, a nova tradução dos textos litúrgicos que seria resultado de estudos de uma comissão criada sem o conhecimento e contra o Cardeal Sarah. Finalmente, os movimentos para estudar a criação de uma missa “ecumênica” ignorando a própria Congregação.
Trata-se de uma deriva que atinge o coração do pontificado de Bento XVI, o qual colocava a liturgia no centro da vida da Igreja. E no documento agora publicado, o Papa Emérito relança um aviso sério: “Assim como para a interpretação da Sagrada Escritura,  também para a liturgia é verdade que se faz necessário um conhecimento específico. Mas também é verdade para a liturgia que na especialização pode faltar o essencial se esta não estiver enraizada em uma profunda união interior com o Igreja orante, que sempre está aprendendo novamente com o Senhor o que vem a ser a verdadeira adoração”.  Daí a declaração final que soa como um aviso: “Com o Cardeal Sarah, mestre do silêncio e da oração interior, a liturgia está em boas mãos.”
Esta intervenção de Bento XVI, que tenta blindar o Cardeal Sarah e legitimá-lo efetivamente como chefe da Congregação para a Liturgia, não tem precedentes. E embora a forma é a de um comentário “inofensivo” em um livro, ninguém pode fugir do significado eclesial deste movimento, que indica a preocupação do Papa Emérito pelo que está acontecendo no coração da Igreja.
Bento XVI intervém agora sobre algo que talvez melhor tenha caracterizado o seu pontificado: “A crise da Igreja é uma crise da liturgia”, ele foi capaz de falar, e tal julgamento foi relançado pelo Cardeal Sarah. Mas não devemos esquecer o que Monsenhor Georg Geinswein disse em uma entrevista recente, de modo aparentemente inocente, ao responder a uma pergunta sobre a confusão que existe na Igreja e as divisões que surgiram. Ele disse que Bento  XVI acompanha atentamente a tudo o que acontece na Igreja. E agora vemos que, no silêncio, começa a dar alguns passos.
Via: Fratres In Unum

2 comentários:

  1. Como sempre, Bento XVI foi simples, claro, conciso e direto em sua mensagem.
    Homens como ele fazem muita falta à Igreja.

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  2. Graças a Deus Bento XVI ainda está vivo para nos presentear com esse gesto de verdadeiro guardião da liturgia na Igreja.

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